BRASIL - O Ministério da Saúde divulgou, nesta segunda-feira
(1º), o chamamento público para a realização de pesquisas em 23 segmentos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os assuntos abordados
estão o impacto da implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e a
avaliação da qualidade da atenção hospitalar no país. A ideia do edital,
publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União, é fortalecer o SUS e
para isso serão disponibilizados R$ 23,5 milhões para o desenvolvimento dos
estudos.
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A ideia do edital é fortalecer o SUS. Foto: Reprodução/Internet |
Outras linhas de pesquisa são o impacto do Programa Mais
Médicos em áreas vulneráveis, as principais causas de morte materna entre os
povos indígenas e a investigação sobre a situação vacinal nas capitais
brasileiras. Também serão objeto de estudo a prevalência das hepatites virais
no país e o monitoramento das políticas públicas, entre outros.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, destaca que a medida deve contribuir
para o desenvolvimento da capacidade científica, tecnológica e para a inovação
no âmbito do SUS. “A publicação desse edital com temas estratégicos para o SUS
possibilita que todas as instituições acadêmicas do país apresentem projetos de
pesquisas que vão fortalecer o SUS”, assegurou.
Podem participar instituições brasileiras de ensino
superior, institutos ou centros de pesquisa e desenvolvimento, além de empresas
públicas que executem atividades de pesquisa em ciência, tecnologia e inovação.
O prazo para apresentação dos projetos ao Ministério da Saúde termina em 15 de
julho. Após 30 dias, será divulgada a lista de projetos aprovados, que terão
duração de 24 meses.
O prazo poderá ser prorrogado por 12 meses, sem adicional
de recursos, mediante pedido da instituição que justifique a extensão do prazo.
Avaliação
A análise das propostas seguirá critérios de mérito e
originalidade do projeto, aplicabilidade para o SUS, impacto positivo nas
condições de saúde da população, entre outros. Cada projeto poderá contar com
recursos entre R$ 100 mil e R$ 1,5 milhão. A pasta acompanhará a execução das
linhas de pesquisa por relatórios técnicos e, se necessário, videoconferências
e visitas in loco.
Para participar da seleção, a entidade precisa acessar o
Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISCT) da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e preencher um formulário. O projeto
de pesquisa, contendo itens como resumo, resultados esperados, justificativa,
orçamento detalhado e justificado e aplicabilidade para o SUS, também precisa
ser enviado.
Ao final dos projetos, as instituições deverão apresentar
relatório final com informações sobre a execução física e financeira. Está
previsto ainda a realização de um seminário para discussão das pesquisas e seus
resultados com as áreas técnicas do Ministério da Saúde.
Linhas de pesquisa
1) Qual o impacto do Programa Mais Médicos em áreas
vulneráveis na saúde da população brasileira e no SUS?
2) Quais os efeitos da utilização do Prontuário Eletrônico
do Cidadão (e-SUS AB) na organização do processo de trabalho e na gestão do
cuidado nas Unidades Básicas de Saúde?
3) Como a atuação dos profissionais dos Núcleos de Apoio à
Saúde da Família (NASF) está sendo desenvolvida para atenção em saúde mental,
reabilitação e condições crônicas?
4) Quais especialidades e regimes de atendimento ampliam a
efetividade e resolutividade nas Unidades Básicas de Saúde?
5) Quais as principais causas de morte materna entre os
povos indígenas?
6) Quais as práticas de cura tradicionais e plantas
medicinais são mais prevalentes nas comunidades indígenas?
7) Qual o impacto na saúde dos trabalhadores expostos a
múltiplas classes de agrotóxicos e o impacto financeiro das intoxicações por
agrotóxicos para o SUS?
8) Qual a prevalência das hepatites virais no Brasil e suas
macrorregiões?
9) Inquérito da situação vacinal nas capitais e regiões
metropolitanas brasileiras.
10) Avaliação da efetividade de intervenções para o
enfrentamento da morbimortalidade por acidente de trânsito envolvendo
motociclistas e estudos sobre suas sequelas permanentes ou temporárias.
11) Estudo do impacto da implantação das Unidades de Pronto
Atendimento (UPA) nas portas de urgências e emergências hospitalares.
12) Avaliação da qualidade da atenção hospitalar brasileira.
13) Avaliação econômica do impacto das infecções
multirresistentes no Brasil.
14) Pesquisa aplicada ao desenvolvimento de formulações
farmacêuticas destinadas ao paciente pediátrico acometido por doenças
negligenciadas.
15) Quais os desafios da participação social para
fortalecimento do Sistema Único de Saúde e monitoramento das politicas publicas
na saúde ?
16) Como a governança regional influencia a implantação das
redes de atenção a saúde ?
17) Quais são as metodologias, modelos e ferramentas
atualmente utilizadas no SUS para monitorar e avaliar os efeitos das ações e
serviços de saúde no âmbito de políticas e programas, considerando os
diferentes níveis de gestão?
18) Quais são as tecnologias da informação e comunicação
(TIC) existentes e efetivas para o monitoramento e avaliação de desempenho das
ações e serviços de saúde no âmbito das políticas e programas do SUS, e como
estas podem apoiar a reformulação da plataforma de gestão do conhecimento
estratégico - Sala de Apoio à Gestão Estratégica (SAGE) do Ministério da Saúde?
19) Quais são os fatores facilitadores, principais barreiras
e as estratégias, considerando ambientes institucionais, organização e
financiamento, para a institucionalização do uso da evidência científica como
subsídio da formulação, implementação e avaliação das políticas de saúde e na
gestão do SUS?
20) Quais os protocolos de encaminhamento, telediagnóstico e
teleconsultoria são mais custo-efetivos nas diferentes áreas vulneráveis
cobertas pelo Programa Mais Médicos?
21) Quais as intervenções mais efetivas e custo-efetivas na
promoção do autocuidado, automonitoramento e adesão terapêutica de pacientes
com doenças crônicas?
22) Quais os protocolos mais efetivos, custo-efetivos e o
impacto orçamentário das estratégias de transferência de cuidado para a atenção
domiciliar?
23) Avaliação do custo-efetividade do transplante renal, bem
como seu impacto orçamentário no Brasil.
*com informações da Agência Saúde
*com informações da Agência Saúde
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