BRASIL - A maioria dos
brasileiros procura pelas unidades públicas quando apresenta algum problema de
saúde. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 71,1% da população
foram a estabelecimentos públicos de saúde para serem atendidos. Deste total,
47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde como sua principal porta de
entrada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados também apontam
que as políticas públicas cumprem papel fundamental no acesso a medicamentos.
Do total de entrevistados, 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos no
SUS e 21,9%, por meio do Programa Farmácia Popular.
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O estudo revelou que 71,1% da população foram a estabelecimentos públicos para serem atendidos. Foto: Reprodução/Internet |
Na avaliação do perfil dos
usuários da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a
quem mais precisa. A proporção de indivíduos que mais tiveram acesso a
medicamentos nos serviços públicos sobe para 41,4% na população sem instrução
ou com fundamental incompleto e para 36,7% entre os de cor parda. O mesmo acontece
com o Programa Farmácia Popular, ou seja, quem mais utiliza este serviço são as
pessoas de menor escolaridade.
De acordo com o ministro, os
dados transformados em informações pelo IBGE permitirão ajudar a aperfeiçoar as
políticas públicas de saúde. “Com a apropriação qualificada da pesquisa, iremos
perseguir um modelo de acesso que resolve o problema do cidadão. Os vários
números levantados também demonstram que estamos atendendo objetivamente e de
forma igualitária a todos, além de permitir desconstruir a imagem criada no
Brasil de que o SUS não atende a população”, destacou o ministro da Saúde,
Arthur Chioro.
Depois das Unidades Básicas de
Saúde, os serviços públicos mais procurados pela população são os de
emergências, como as Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de
Hospital Público (11,3%), seguidos pelos hospitais e serviços especializados:
do total, 10,1% da população vão até um Hospital Público ou Ambulatório quando
tem um problema de saúde e 1,8% vão aos Centros de Especialidades e
Policlínicas Públicas. Os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos
brasileiros e 4,9% buscam emergências privadas.
Os dados integram o segundo
volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 64 mil domicílios em 1.600
municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é
considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos
sobre vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de
saúde (atendimento e medicamentos) e violência. A pesquisa serve de base para
que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos
anos.
Durante o levantamento, foram
coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de
205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os
moradores da residência para responder ao questionário. Uma terceira fase da
pesquisa trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da
pressão arterial dos brasileiros.
Expansão do Saúde da Família
Os números também demonstram
expansão na cobertura da estratégia Saúde da Família. Ao todo, 112,5 milhões de
brasileiros, equivalente a 56,2% da população, estão cadastrados neste
programa. Se compararmos com os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios/IBGE), realizada em 2008, a iniciativa atingia 96,5
milhões de pessoas. Comparando os dois estudos, em cinco anos, cerca de 16
milhões de pessoas passaram a ser atendidas pelo Saúde da Família.
Os dados da PNS mostram ainda que
o serviço tem chegado principalmente às pessoas de menor escolaridade. Já no
recorte por região, é o Nordeste (64,7%) quem mais conta com domicílios
cadastrados no Saúde da Família e o Sul (56,2%) também registra índice acima da
média nacional.
Essa expansão do Saúde da Família
também é observada nos números do Ministério da Saúde. Entre 2010 e 2014, houve
um crescimento de 19,8% do total de equipes, passando de 31.660 para 37.944 no
período. Os investimentos federais na atenção básica mais que dobraram –
crescimento de 106% nos últimos quatro anos, chegando a R$ 20 bilhões em 2014.
Esta é uma área de atenção prioritária para o governo, uma vez que consegue
resolver até 80% dos problemas de saúde sem necessidade de encaminhamento do
paciente para um hospital ou unidade especializada, tornando a assistência em
toda a rede mais eficiente.
Avaliação do atendimento
Dos 30,7 milhões de pessoas que
procuraram algum atendimento de saúde nas duas últimas semanas anteriores à
pesquisa, 97% conseguiram atendimento e 95,3% foram atendidos na primeira vez
em que procuraram. Apenas 3% não
conseguiram atendimento, 38,8% alegaram não ter médico atendendo, 32,7% não
conseguiram vaga ou pegar senha.
Os dados mostram que 65,7% se
internaram em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à
pesquisa e a última internação foi através do Sistema Único de Saúde. Desse
total, 82,6% avaliaram o atendimento recebido no SUS como bom ou muito bom. O
perfil de internação compõe-se majoritariamente por jovens de 0 a 17 anos de
idade (75,2%) e pessoas de baixa escolaridade - 80,6% sem instrução ou com
fundamental incompleto. Do total de entrevistados, 80,4% tiveram atendimento de
urgência no domicílio, através do Sistema Único de Saúde, e a avaliação do
atendimento foi boa ou muito boa.
*com informações da Agência Saúde
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